Natura, Boticário e Google são as marcas com maiores pontuações no ranking de reputação ESG no Brasil, segundo a pesquisa Reputação 360º: o ESG além da Sustentabilidade
O levantamento aponta que a cobrança por mais responsabilidade corporativa cresce à medida que a população mantém uma visão crítica sobre o progresso do país rumo ao desenvolvimento sustentável — mesmo com sinais de leve melhora em relação a 2024.
O levantamento mostra que a Natura lidera o ranking de reputação ESG, com 742 pontos, seguida por Boticário, com 714, e Google, com 696. O Top 10 inclui ainda Nestlé (692), Avon (690), Ypê (688), Faber-Castell (683), Tramontina (681), Samsung (678) e L’Oréal (674), refletindo marcas com estratégias consistentes e percepção positiva do público em relação ao seu compromisso ambiental, social e de governança.
O levantamento também aponta que 75% dos brasileiros acreditam que as empresas devem arcar com os custos de práticas sustentáveis, sem repassá-los aos consumidores.
O comportamento de compra continua sendo moldado pelo fator econômico: dois em cada três brasileiros dizem que o preço é decisivo na escolha de produtos sustentáveis, enquanto 54% citam o alto custo como a principal barreira para adotar hábitos mais responsáveis. Outras dificuldades incluem a falta de educação ambiental (48%) e a ausência de informações claras sobre produtos sustentáveis (44%).
População cética e que busca mais responsabilidade
A pesquisa identificou ainda um aumento no ceticismo da população: 62% acreditam que as empresas usam ESG apenas para melhorar sua imagem — percepção mais forte entre as classes mais baixas e os mais jovens.
A desigualdade socioeconômica também influencia a adoção de práticas sustentáveis. O transporte de lixo reciclável até ecopontos, por exemplo, é realizado por 60% da Classe A, mas cai para 55% na Classe B e 44% na Classe C. Além disso, 21% dos consumidores dizem buscar informações sobre a sustentabilidade de todos os produtos que compram (Classe A 27%, Classe B 23%, Classe C 19%), enquanto 57% pesquisam na maioria dos itens e 22% apenas em alguns poucos produtos.
A pesquisa também indica uma redistribuição na percepção de responsabilidade sobre quem deve impulsionar o desenvolvimento sustentável em comparação com 2024. 38% dos entrevistados avaliam que as empresas vão mal ou muito mal nos esforços para alcançar esse objetivo, ante 34% no ano passado.
Já 31% acreditam que os cidadãos vão mal ou muito mal, frente a 39% em 2024, enquanto 37% apontam o mesmo para o Estado, uma melhora em relação aos 42% da edição anterior.
Além disso, houve uma leve melhora na visão sobre o progresso do Brasil rumo ao desenvolvimento sustentável: 36% avaliam como mal ou muito mal o desenvolvimento econômico do país (eram 37% em 2024), 37% têm a mesma percepção sobre o cuidado ambiental (ante 43% no ano passado) e 32% fazem essa avaliação em relação ao bem-estar social (eram 39% em 2024).
Realizado entre 2 e 12 de julho de 2025, o estudo é considerado o maior do país sobre reputação e performance ESG. Ele avaliou 130 empresas de 23 setores por meio do Índice de Percepção de Performance ESG (IPPE), que mede, de 0 a 1.000 pontos, como o público enxerga a contribuição das marcas para o equilíbrio entre desenvolvimento econômico, social e ambiental.