IA redefine a jornada de compra e cria um novo abismo entre gerações

IA redefine a jornada de compra e cria um novo abismo entre gerações


Mais da metade dos brasileiros das gerações Z e Millennial já utilizam Inteligência Artificial para decidir o que comprar, de quem comprar e quando comprar

O dado faz parte da pesquisa “A Nova Jornada de Compra”, conduzida pela mLabs, em parceria com a Conversion. O levantamento mostra que o avanço da IA está moldando novas formas de consumo e ampliando o distanciamento entre gerações no comportamento de compra online.

O estudo traçou um retrato detalhado das gerações Baby Boomer, X, Millennial e Z, analisando como se comportam diante de marcas, conteúdos e produtos nos diversos canais digitais — das redes sociais aos mecanismos de busca e ferramentas de IA. O levantamento indica que a coexistência de diferentes gerações no ambiente digital tem exigido das marcas um redesenho das estratégias de Marketing, baseado em dados, relevância e credibilidade.

O Brasil se apresenta como um país digitalmente diverso, onde todas as gerações compartilham as mesmas plataformas, mas com motivações distintas para consumir. A Geração Z (18 a 26 anos) foi identificada como a mais conectada e socialmente ativa. Cerca de 87% descobrem produtos no Instagram e 80% no TikTok, plataformas usadas para entretenimento, informação e aprendizado. 

Mais de 67% já utilizam IA para avaliar vantagens e desvantagens de produtos, demonstrando que a tecnologia foi incorporada como uma espécie de consultor digital de confiança.

Diferenças geracionais

Entre os Millennials (27 a 42 anos), observou-se um comportamento híbrido e estratégico. O grupo apresenta forte presença no Instagram (83,5%), YouTube (73,5%) e Google (72%). A IA já é usada por 56% deles como ferramenta de apoio à decisão, e 58% afirmam confiar mais na tecnologia do que em pessoas próximas para obter informações atualizadas. Essa geração demonstra preferência por marcas que oferecem utilidade, conhecimento e inspiração.

A Geração X (43 a 58 anos) foi descrita como mais analítica e equilibrada no uso dos canais digitais. O Google lidera as buscas entre o grupo (84,5%), seguido por YouTube (60%) e Instagram (45,5%). Apesar de uma adoção mais cautelosa, 47,5% já utilizam IA em suas pesquisas, priorizando credibilidade, comparação e validação em fontes oficiais.

Os Baby Boomers (59+), por sua vez, ampliaram sua presença digital nos últimos anos. O Google (77,5%) e o YouTube (58,5%) são as principais fontes de descoberta de produtos e serviços, seguidos por Instagram (50,5%) e Facebook (37,5%). Embora apenas 31% relatem o uso de IA para pesquisar marcas, 48% a utilizam para comparar preços e encontrar melhores ofertas, demonstrando um perfil mais prático e orientado à eficiência.

Onde as gerações descobrem e pesquisam marcas

Os resultados apontaram que, para a descoberta de novos produtos e marcas, o Google ainda ocupa a primeira posição (76%), seguido por Instagram (73,3%), YouTube (69%), TikTok (55,4%) e televisão (49,9%).

Quando a busca se concentra em produtos já conhecidos, o comportamento se modifica. O Google continua à frente (78,8%), mas é seguido por YouTube (59,5%), Instagram (51,1%), Inteligências Artificiais (48,5%) e TikTok (38,7%).

Na decisão final de compra, preço (80,6%), qualidade do produto (77,4%) e frete grátis (77,3%) aparecem como fatores determinantes. Reputação da marca (45,8%) e avaliações de outros compradores (45,4%) também exercem papel relevante no processo.

A IA como divisor geracional e catalisador do futuro

A presença da Inteligência Artificial em toda a jornada de compra foi apontada como um dos maiores divisores geracionais do consumo brasileiro. As gerações Z (59,5%) e Millennial (56%) já transformaram os algoritmos em agentes de confiança para recomendação e comparação de produtos. O uso da IA se tornou tão natural para esses públicos quanto as buscas no Google.

Entre os consumidores da Geração X (47,5%), o avanço é mais gradual, enquanto entre os Baby Boomers (31%) ainda são observadas barreiras de adoção. A diferença de quase 30 pontos percentuais entre os extremos evidencia a distância entre as gerações nativas digitais e aquelas em processo de adaptação.

A pesquisa também indica que a ascensão da IA não substitui as plataformas tradicionais de busca, mas as amplia. As gerações mais jovens são descritas como usuárias de uma jornada híbrida, que combina redes sociais para descoberta, Google para confirmação e IA para análise contextual e comparativa — uma experiência de pesquisa mais fluida, personalizada e completa do que qualquer outra geração já vivenciou.

O levantamento conclui que a transformação já antecipa o futuro do consumo no Brasil. 41,5% da Geração Z e 37% dos Millennials acreditam que a IA revolucionará completamente o modo de comprar. Entre as gerações mais maduras, 35% da Geração X e 35,5% dos Baby Boomers reconhecem a importância da tecnologia, mas não acreditam que ela substituirá totalmente as formas tradicionais de consumo.

 

Fonte: Mundo do Marketing


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