Economia prateada movimenta R$ 1,8 tri e desafia marcas de beleza
O Brasil assiste à ascensão de uma nova força econômica: a geração prateada, que alia tradição e experiência ao desejo de viver melhor, consumir com consciência e ditar tendências para as próximas décadas
Formada por pessoas com 50 anos ou mais, ela já é uma das principais forças do consumo brasileiro. Em 2024, movimentou R$ 1,8 trilhão — o equivalente a 24% de todo o consumo privado do país.
Projeções indicam que esse número poderá chegar a R$ 3,8 trilhões em 2044, respondendo por mais de um terço do consumo nacional, segundo o Viva. No setor de beleza e autocuidado masculino, o Estudo Cosmentology 2025, realizado pela Croma Consultoria, mostra que Baby Boomers e Geração X ampliaram o interesse por produtos e serviços de bem-estar.
Entre os perfis mapeados, os chamados “despreocupados” — majoritariamente homens mais velhos — representam 6% dos consumidores, com maior concentração na classe C e destaque na região Sul.
Nesse segmento, a Nívea desponta como marca mais lembrada pelos Baby Boomers, associada a cuidados básicos, hidratação e tradição. Esse comportamento reforça a necessidade de estratégias segmentadas por faixa etária: consumidores mais maduros buscam eficácia e confiança, enquanto os mais jovens respondem melhor a influenciadores e campanhas digitais.
“A economia prateada não é apenas um nicho, mas uma força que já molda o presente e definirá o futuro do consumo. Homens maduros estão incorporando práticas de autocuidado e saúde com critérios próprios, priorizando confiança, qualidade e eficácia”, afirmou Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma.
Para esse público, o valor das marcas está menos ligado à novidade e mais associado à trajetória construída ao longo do tempo. Empresas que já conquistaram confiança saem em vantagem, mas novas marcas também podem se inserir ao reforçar atributos como eficácia, tradição e proximidade.
O relatório ainda aponta que o autocuidado masculino se consolidou como comportamento social, impulsionado pela busca por autoestima e longevidade. A expectativa é que setores como cosméticos, estética, turismo e medicina preventiva liderem a expansão, apoiados em inovação, acessibilidade e personalização.
