E-commerce na América Latina cresce 12,2% e lidera ritmo global em 2025
As vendas do varejo digital latino-americano crescerão 12,2% neste ano, alcançando US$ 191,25 bilhões — ritmo 1,5 vez superior à média global
O avanço é impulsionado pela desaceleração da inflação, aumento dos salários e estabilidade do desemprego, fatores que fortalecem o consumo e mantêm a América Latina como o mercado de e-commerce que mais cresce no mundo.
A posição, recuperada em 2021, deve ser mantida até 2027, antes de ser superada pelo Oriente Médio e pela África. A projeção integra o relatório Latin America Ecommerce Forecast 2025, que aponta um novo ciclo de expansão do setor na região.
O México é o principal destaque dessa expansão. O comércio eletrônico representará 17,7% das vendas totais de varejo do país em 2026, superando os Estados Unidos, que registrarão 17,0%. Até 2029, o México estará entre os seis países do mundo com mais de 20% de participação do e-commerce nas vendas totais, patamar que o posiciona entre os ambientes de varejo digital mais maduros globalmente.
A tendência de crescimento em dois dígitos se repetirá em outros mercados da região. Em 2025, Argentina, Brasil, México e Uruguai terão o comércio eletrônico respondendo por mais de 10% das vendas de varejo. O Chile retomará esse patamar no próximo ano, atingindo 11,9% até 2029, ligeiramente acima de seu pico de 2021. Já a Colômbia deve alcançar a marca ao longo do mesmo período, elevando para seis o número de países latino-americanos com penetração acima de 10%.
Para Matteo Ceurvels, analista da eMarketer para América Latina e Espanha, a trajetória confirma a resiliência regional. Mesmo diante da fragilidade política e da volatilidade econômica, os consumidores estão gastando mais online, impulsionados pela melhora nas condições macroeconômicas e pelo amadurecimento do varejo digital.
Embora as maiores economias da região sustentem o crescimento médio, o avanço futuro virá dos mercados ainda em estágio inicial. A próxima onda de oportunidades está justamente nas economias subpenetradas, especialmente na América Central, onde a digitalização começa a ganhar ritmo.
