Desconexão programada desafia marcas a repensarem experiências presenciais para a geração Alpha

Desconexão programada desafia marcas a repensarem experiências presenciais para a geração Alpha

Em meio à hiperconexão digital, um novo comportamento começa a emergir entre os consumidores do futuro: a geração Alpha

Segundo a 12ª edição do relatório Jaé, esses jovens – nascidos entre 2010 e 2024 – demonstram um desejo crescente por equilíbrio entre o mundo digital e o físico. O estudo mostra que 74% deles estão ativamente tentando reduzir o tempo diante das telas, enquanto 83% valorizam marcas que oferecem presença física, como lojas, espaços de convivência e experiências tangíveis.

Criada em um ambiente mediado por algoritmos, redes sociais e telas, a geração Alpha já começa a questionar os excessos da digitalização. O movimento de “desconexão programada” que o relatório identifica não é uma recusa à tecnologia, mas sim uma tentativa de reequilibrar a vida hiperestimulada e retomar o controle sobre a atenção e o bem-estar.

Segundo o estudo, o desejo por experiências mais significativas e autênticas fora das telas está moldando um novo padrão de consumo e sociabilidade. Nesse sentido, marcas que entenderem esse movimento e oferecerem pontos de contato mais humanos e conscientes terão vantagem competitiva nos próximos anos.

A nova lógica do consumo: menos tela, mais intenção

A pesquisa também aponta uma tendência que vai além da preferência individual: trata-se de um comportamento com impactos familiares e sociais. Entre os pais ouvidos, 74% dizem que só pretendem dar um celular aos filhos após os 12 anos — na prática, 93% admitem que eles recebem o dispositivo antes dos 11. 

Há também sinais de que a limitação do uso de telas em escolas traz resultados positivos: segundo levantamento citado do jornal O Globo, 30% dos pais notaram melhorias como aumento de foco, maior presença em bibliotecas e retomada de atividades físicas.

Esses dados dialogam com alertas de especialistas sobre os impactos negativos da hiperconectividade: risco triplicado de depressão e ansiedade, distúrbios do sono e sensação de solidão. 

Marcas no centro da reconstrução de vínculos

O estudo reforça que marcas com capacidade de criar experiências fora do digital estão melhor posicionadas para construir relevância com essa nova geração. Casos como o da LEGO, com seu espaço Play Unstoppable, e ações como semanas detox nas escolas, são alguns dos exemplos citados como caminhos possíveis. Além disso, o relatório propõe às empresas três ações práticas:Criar experiências reais onde a presença importa; propor iniciativas como “Semana Detox” nas escolas; pensar serviços com um “modo desconectado”.

Um dos insights mostra que estar em todos os canais não basta, a geração Alpha quer que marcas estejam onde faz sentido.

Geração Alpha: mais crítica e mais conectada às marcas

O relatório também mostra que, enquanto a geração Z, na infância, reconhecia em média cinco marcas favoritas, a geração Alpha tem, em média, dez. E o repertório mudou: se antes o topo do ranking era dominado por marcas alimentícias, como McDonald’s, Oreo e M&Ms, agora os favoritos são Nike, Apple, Adidas e Samsung. Ou seja, marcas de lifestyle e tecnologia.

Além disso, 71% dos pais entrevistados acreditam que seus filhos têm um entendimento mais maduro sobre marcas do que eles próprios tinham na mesma idade – o que mostra que o branding precisa ser ainda mais intencional e ético. 

Apesar do foco no mundo físico, o digital não perdeu sua relevância. O estudo reforça que o ambiente online seguirá sendo fundamental, mas exigirá uma nova abordagem. A principal delas é a ética. 

 

 

Fonte: Mundo do Marketing
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