A revolução trazida pela inteligência artificial generativa já começa a redefinir as regras da visibilidade online
Com a ascensão das respostas diretas nos buscadores e a queda gradual da dependência dos tradicionais resultados por links, surge um novo campo de disputa: a otimização para motores generativos, conhecida como GEO.
Apesar de seu potencial para transformar o Marketing digital, 93% dos profissionais afirmam enfrentar barreiras para implementar a estratégia com sucesso, segundo levantamento da Centerfield. O estudo ouviu cerca de 900 profissionais de Marketing nos Estados Unidos e apontou que a maior parte das empresas ainda não se estruturou para o novo cenário.
Embora 67% considerem a visibilidade em buscas com IA “muito ou extremamente importante” para o futuro próximo, 63% afirmam que suas organizações ainda não destinam tempo nem orçamento para iniciativas relacionadas à GEO. Em média, apenas 9% dos recursos das campanhas estão sendo aplicados nesse tipo de otimização, um número pequeno se comparado aos 24% do SEO tradicional e 36% dedicados às redes sociais.
Entre os principais obstáculos citados pelos profissionais, a falta de orçamento aparece como o mais relevante, seguido pela escassez de especialistas e a dificuldade de mensurar resultados. Em muitos casos, as empresas não conseguem diferenciar o tráfego gerado por consultas feitas a assistentes de IA — como o ChatGPT, Gemini ou Copilot — do tráfego de busca tradicional, o que impede o cálculo de retorno sobre o investimento e dificulta a justificativa interna de novas verbas.
Outro ponto de atenção é o nível de maturidade técnica. Apenas 33% dos entrevistados afirmaram entender bem o conceito e a aplicação da GEO, enquanto 72% se sentem confortáveis com SEO tradicional. Esse desequilíbrio indica que, embora a maioria dos profissionais reconheça a relevância da IA nas buscas, poucos dominam as práticas necessárias para atuar nesse novo ambiente.
Ainda assim, há sinais de mudança. Quatro em cada dez profissionais acreditam que suas empresas aumentarão os investimentos em GEO nos próximos doze meses. Para eles, a otimização para motores generativos tende a se tornar uma das prioridades do Marketing digital, especialmente à medida que ferramentas como o Google SGE (Search Generative Experience) e o Bing Copilot ampliam sua influência sobre a jornada do consumidor.
A adoção da GEO exige, no entanto, uma nova mentalidade. O conteúdo passa a ser avaliado não apenas pelo uso de palavras-chave, mas pela autoridade temática, clareza e estrutura semântica — critérios que tornam os textos mais elegíveis para serem citados por sistemas de IA em respostas diretas. Nesse sentido, a produção de materiais bem referenciados, objetivos e confiáveis ganha protagonismo.
Os especialistas da Centerfield alertam que as marcas que não acompanharem essa transição correm o risco de se tornarem invisíveis em um ambiente cada vez mais orientado por IA. Se antes a disputa era para aparecer entre os primeiros resultados do Google, agora o desafio é ser mencionado como fonte confiável pelos modelos generativos.
Para superar as barreiras, o estudo recomenda investimento em capacitação, ajustes na infraestrutura analítica e experimentação gradual de estratégias de GEO, começando com projetos-piloto que permitam mensurar impactos reais. A jornada não será simples, mas inevitável.

